Antonio Skármeta
Tradução: Luís Carlos Cabral
Editora Record
Rio de Janeiro/RJ – 2017 – 2ª Edição
Obviamente, comprei este livro para ler antes de assistir o filme do Selton Mello, fã que sou deste moço.
Porém ainda não consegui assistir o filme.
Tudo bem, vamos falar do livro. Foi uma surpresa ver um livro tão fininho.
Li em dois dias, porque a leitura é tranquila, fácil até.
Em primeira pessoa, o personagem principal vai descrevendo sua vida simples de professor em uma pequena cidade. Estudou fora, voltou. No mesmo dia seu pai foi embora. A mãe murchou.
O pai tinha um amigo, o moleiro. Um ogro que o orienta na ausência do pai.
Nada de muito grandioso acontece.
Pelo menos, não à primeira vista.
Tudo é muito sutil e pequeno.
Mas a doçura e força dos personagens está justamente no não, não ser, não estar, não saber.
Pelo que vi no filme, em imagens aleatórias, e trailers e afins, penso que o diretor captou esse não-ser do filme.
É como se o autor não tivesse uma história para contar, e sim um estado da alma, uma saudade daquilo que não viveu, e portanto ao escrever a história de Jacques (o Tony do filme), ele fala mais do pai ausente e de todas as pessoas ao redor do que dele mesmo.
Ao falar da cidade e seus moradores, o personagem principal fala mas de si do que tudo. A paixão, o amor, a primeira transa.
Enfim, o livro é uma pausa na vida sem sentido que vivemos.
É poesia em forma de prosa.
É aquele final de domingo para quem está de férias.
É carinho de mãe para quem está doente.
É pra ler e reler. E amar.